PLANO DE AULA
Anália
Franco, o Anjo da Caridade
Abordagens: Caridade, Abnegação
Bibliografia: Os
Grandes Vultos do Espiritismo, Paulo Alves Godoy.
HARMONIZAÇÃO
PRECE INICIAL
PRIMEIRO MOMENTO:
Qual o significado da palavra:
Abnegação? Segundo o dicionário, abnegação é a ação caracterizada pelo
desprendimento e altruísmo, superação das tendências egoísticas; dedicação
extrema; altruísmo.
Trata-se do sacrifício que alguém
faz de sua deliberada vontade, dos seus interesses. Em geral, esse sacrifício
tem lugar por motivos religiosos ou por altruísmo.
A abnegação é um dos
aspectos fundamentais do bom cristão. É a pessoa que não faz sempre aquilo que
quer, pensa em si, mas pelo contrário, renuncia a si mesmo e aos seus
interesses pessoais em favor do próximo.
A abnegação implica disciplina e
saber controlar os desejos, os sentimentos, as paixões e os pensamentos.
Implica em lutar contra o egoísmo. O objetivo é dar em vez de ter.
O Maior exemplo de Abnegação é
Jesus Cristo, mas há outros como, Madre Teresa, Francisco de Assis, Irmã Dulce,
Meimei, Chico Xavier, Irmã Scheilla, Anália Franco, e muitos outros exemplos de
inúmeras virtudes.
Hoje vamos conhecer o trabalho pessoal de uma mulher
abnegada, em favor dos necessitados, um anjo da caridade que passou na Terra.
Seu nome: Anália Emília Franco ou simplesmente, Anália Franco.
Vamos conhecer a solidariedade, o amor ao próximo, a
caridade vivida por essa nossa irmã especial. Ela, um exemplo de quem realmente
amou seu próximo, e que ficará gravado no íntimo de cada um de vocês.
Antes de iniciarmos, falemos
sobre a história de Anália Franco. Alguém sabe o que é uma biografia? Biografia é a
história de vida de uma pessoa. Em geral,
são feitas biografias de figuras públicas e reconhecidas mundialmente, como
políticos, escritores, cientistas, esportistas, artistas, ou de pessoas que
deram uma contribuição importante para o mundo.
SEGUNDO MOMENTO: Contar a história de Anália Franco.
Biografia Anália Franco
Nascida na cidade
de Resende, Estado do Rio de Janeiro, no dia 1º de fevereiro de 1856, e
desencarnada em S. Paulo, no dia 13 de janeiro de 1919.
Seu nome de solteira era Anália
Emília Franco. Após consorciar-se em matrimônio com Francisco Antônio Bastos,
seu nome passou a ser Anália Franco Bastos, entretanto, é mais conhecida por
Anália Franco.
Com 16 anos de idade entrou num
Concurso de Câmara dessa cidade e logrou aprovação para exercer o cargo de
professora primária. Trabalhou como assistente de sua própria mãe durante algum
tempo. Anteriormente a 1875 diplomou-se Normalista, em S. Paulo.
Foi após a Lei do Ventre Livre
que sua verdadeira vocação se exteriorizou: a vocação literária. Já era por
esse tempo notável como literata, jornalista e poetisa, entretanto, chegou ao
seu conhecimento que os nascituros de escravas estavam previamente destinados à
“Roda” da Santa Casa de Misericórdia. Já perambulavam, mendicantes, pelas
estradas e pelas ruas, os negrinhos expulsos das fazendas por impróprios para o
trabalho.
Não eram, como até então
“negociáveis”, com seus pais e os adquirentes de cativos davam preferência às
escravas que não tinham filhos no ventre.
Anália escreveu, apelando para as
mulheres fazendeiras. Trocou seu cargo na Capital de São Paulo por outro no
Interior, a fim de socorrer as criancinhas necessitadas. Num bairro duma cidade
do norte do Estado de S. Paulo conseguiu uma casa para instalar uma escola
primária. Uma fazendeira rica lhe cedeu a casa escolar com uma condição, que
foi frontalmente repelida por Anália: não deveria haver promiscuidade de
crianças brancas e negras. Diante dessa condição humilhante foi recusada a
gratuidade do uso da casa, passando a pagar um aluguel. A fazendeira guardou
ressentimento à altivez da professora, porém, naquele local Anália inaugurou a
sua primeira e original “Casa Maternal”. Começou a receber todas as crianças
que lhe batiam à porta, levadas por parentes ou apanhadas nas moitas e desvios
dos caminhos. A fazendeira, abusando do prestígio político do marido, vendo que
a sua casa, embora alugada, se transformara num albergue de negrinhos, resolveu
acabar com aquele “escândalo” em sua fazenda.
Promoveu diligências junto ao
coronel e este conseguiu facilmente a remoção da professora. Anália foi para a
cidade e alugou uma casa velha, pagando de seu bolso o aluguel correspondente à
metade do seu ordenado.
Como o restante era insuficiente
para a alimentação das crianças, não trepidou em ir, pessoalmente, pedir
esmolas para a meninada. Partiu de manhã, à pé, levando consigo o grupinho
escuro que ela chamava, em seus escritos, de “meus alunos sem mães”. Numa folha
local anunciou que, ao lado da escola pública, havia um pequeno “abrigo” para
as crianças desamparadas. A fama, nem sempre favorável da novel professora,
encheu a cidade. A curiosidade popular tomou-se de espanto, num domingo de festa
religiosa. Ela apareceu nas ruas com seus “alunos sem mães”, em bando
precatório. Moça e magra, modesta e altiva, aquela impressionante figura de
mulher, que mendigava para filhos de escravas, tornou-se o escândalo do dia.
Era uma mulher perigosa, na opinião de muitos. Seu afastamento da cidade
principiou a ser objeto de consideração em rodas políticas, nas farmácias. Mas
rugiu a seu favor um grupo de abolicionistas e republicanos, contra o grande
grupo de católicos, escravocratas e monarquistas.
Com o decorrer do tempo, deixando
algumas escolas maternais no Interior, veio para S. Paulo. Aqui entrou
brilhantemente para o grupo abolicionista e republicano. Sua missão, porém, não
era política. Sua preocupação maior era com as crianças desamparadas, o que a
levou a fundar uma revista própria, intitulada “Álbum das Meninas”, cujo
primeiro número veio a lume a 30 de abril de 1898. O artigo de fundo tinha o
título “Às mães e educadoras”. Seu prestígio no seio do professorado já era
grande quando surgiram a abolição da escravatura e a República. O advento dessa
nova era encontrou Anália com dois grandes colégios gratuitos para meninas e
meninos. E logo que as leis o permitiram, ela, secundada por vinte senhoras
amigas, fundou o instituto educacional que se denominou “Associação Feminina
Beneficente e Instrutiva”, no dia 17 de novembro de 1901, com sede no Largo do
Arouche, em S. Paulo.
Em seguida criou várias “Escolas
Maternais” e “Escolas Elementares”, instalando, com inauguração solene a 25 de
janeiro de 1902, o “Liceu Feminino”, que tinha por finalidade instruir e
preparar professoras para a direção daquelas escolas, com o curso de dois anos
para as professoras de “Escolas Maternais” e de três anos para as “Escolas
Elementares”.
Anália Franco publicou numerosos
folhetos e opúsculos referentes aos cursos ministrados em suas escolas,
tratados especiais sobre a infância, nos quais as professoras encontraram meios
de desenvolver as faculdades afetivas e morais das crianças, instruindo-as ao
mesmo tempo. O seu opúsculo “O Novo Manual Educativo”, era dividido em três
partes: Infância, Adolescência e Juventude.
Em 1º de dezembro de 1903, passou
a publicar “A Voz Maternal”, revista mensal com a apreciável tiragem de 6.000
exemplares, impressos em oficinas próprias.
A Associação Feminina mantinha um
Bazar na rua do Rosário nº 18, em S. Paulo, para a venda dos artefatos das suas
oficinas, e uma sucursal desse estabelecimento na Ladeira do Piques nº 23.
Anália Franco mantinha Escolas
Reunidas na Capital e Escolas Isoladas no Interior, Escolas Maternais, Creches
na Capital e no Interior do Estado, Bibliotecas anexas às escolas, Escolas
Profissionais, Arte Tipográfica, Curso de Escrituração Mercantil, Prática de
Enfermagem e Arte Dentária, Línguas (francês, italiano, inglês e alemão);
Música, Desenho, Pintura, Pedagogia, Costura, Bordados, Flores artificiais e
Chapéus, num total de 37 instituições.
Era
romancista, escritora, teatróloga e poetisa. Escreveu uma infinidade de
livretos para a educação das crianças e para as Escolas, os quais são dignos de
serem adotados nas Escolas públicas.
Era espírita fervorosa, revelando
sempre inusitado interesse pelas coisas atinentes à Doutrina Espírita.
Produziu a sua vasta cultura três
ótimos romances: “A Égide Materna”, “A Filha do Artista”, e “A Filha Adotiva”.
Foi autora de numerosas peças teatrais, de diálogos e de várias estrofes,
destacando-se “Hino a Deus”, “Hino a Ana Nery”, “Minha Terra”, “Hino a Jesus” e
outros.
Em 1911 conseguiu, sem qualquer
recurso financeiro, adquirir a “Chácara Paraíso”. Eram 75 alqueires de terra,
parte em matas e capoeiras e o restante ocupado com benfeitorias diversas,
entre as quais um velho solar, ocupado durante longos anos por uma das mais
notáveis figuras da História do Brasil: Diogo Antônio Feijó.
Nessa chácara fundou Anália
Franco a “Colônia Regeneradora D. Romualdo”, aproveitando o casarão, a
estrebaria e a antiga senzala, internando ali sob direção feminina, os garotos
mais aptos para a Lavoura, a horticultura e outras atividades agropastoris,
recolhendo ainda moças desviadas, conseguindo assim regenerar centenas de
mulheres.
A vasta sementeira de Anália
Franco consistiu em setenta e uma Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora
para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, uma Banda Musical Feminina, 1
orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus,
flores artificiais, etc., em 24 cidades do Interior e da Capital.
Sua desencarnação ocorreu
precisamente quando havia tomado a deliberação de ir ao Rio de Janeiro fundar
mais uma instituição, ideia essa concretizada posteriormente pelo seu esposo,
que ali fundou o “Asilo Anália Franco”.
A obra de Anália Franco foi,
incontestavelmente, uma das mais salientes e meritórias da História do
Espiritismo.
TERCEIRO MOMENTO: Atividade: Distribuir os quadrinhos com a
história de Anália Franco, e ensiná-los a fazer a capa de papel cartão,
montando a seguir uma revistinha.
PRECE FINAL
HQ – ANÁLIA FRANCO
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