Mostrando postagens com marcador O Evangelho de Jesus para crianças. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador O Evangelho de Jesus para crianças. Mostrar todas as postagens

21 de junho de 2013

O BOM SAMARITANO

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES

O BOM SAMARITANO

(Lucas, capítulo 10º, versículos 25 a 37)

Um dia, um pobre homem descia da cidade de Jerusalém para uma outra cidade, Jericó, a trinta e três quilômetros daquela capital, no vale do Rio Jordão.
A estrada era cheia de curvas. Nela havia muitos penhascos, em cujas grutas era comum se refugiarem os salteadores de estradas, que naquele tempo eram muitos e perigosos.
O pobre viajante foi assaltado pelos ladrões. Os salteadores usaram de muita maldade, pois, além de roubarem tudo o que o pobre homem trazia, ainda o espancaram com muita violência, deixando-o quase morto no caminho.
Logo depois do criminoso assalto, passou por aquele mesmo lugar um sacerdote do Templo de Salomão. Esse sacerdote vinha de Jerusalém, onde possivelmente terminara seus serviços religiosos, e se dirigia também para Jericó. Viu o pobre viajante caído na estrada, ferido, meio morto. Não se deteve, porém, para socorrê-lo. Não teve compaixão do pobre ferido, abandonado no chão da estrada. Apesar dos seus conhecimentos da Lei de Deus, era um homem de coração muito frio. Por isso, continuou sua viagem, descendo a montanha, indiferente aos sofrimentos do infeliz...
Instantes depois, passa também pelo mesmo lugar um levita. Os levitas eram auxiliares do culto religioso do Templo. Esse levita não procedeu melhor do que o sacerdote. Também conhecia a Lei de Deus, mas, na sua alma não havia bondade e ele fez o mesmo que o padre, seu chefe. Viu o ferido e passou de largo.
Uma terceira pessoa passa pelo mesmo lugar. Era um samaritano, que igualmente vinha de Jeru¬salém. Viu também o infeliz ferido da estrada, mas, não procedeu como: o sacerdote e o levita. O bom samaritano desceu do seu animal, aproximou-se do pobre judeu e se encheu de grande compaixão, quan¬do o contemplou de perto, com as vestes rasgadas e sangrentas e o corpo ferido pelas pancadas que rece¬bera.
Imediatamente, o bondoso samaritano retirou do seu saco de viagem duas pequenas vasilhas. Uma era de vinho, com ele desinfetou as feridas do pobre homem; outra, de azeite, com que lhe aliviou as do¬res. Atou-lhe os ferimentos e levantou o desconhecido, colocando-o no seu animal. Em seguida, condu¬ziu-o para uma estalagem próxima e cuidou dele co¬mo carinhoso enfermeiro, durante toda a noite.
Na manhã seguinte, tendo de continuar sua viagem, chamou o dono do pequeno hotel, entregou-lhe dois denários (*) e recomendou-lhe que cuidasse bem do pobre ferido:
— Tem cuidado com o pobre homem. Se gastares alguma coisa além deste dinheiro que te deixo, eu te pagarei tudo quando voltar.
*******
Jesus contou esta parábola a um doutor da lei que Lhe havia perguntado:
— Mestre, que devo fazer para possuir a Vida Eterna?
Jesus lhe respondeu que era necessário amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de todas as forças e de todo o entendimento; e também amar ao próximo como a si mesmo.
O doutor da lei, apesar de sua sabedoria, perguntou ao Divino Mestre quem é o próximo. Então, Jesus lhe contou a Parábola do Bom Samaritano. Termina¬da a história, o Senhor perguntou ao sábio judeu:
— Qual dos três (o sacerdote, o levita ou o samaritano) te parece que foi o próximo do pobre ho¬mem que caiu em poder dos ladrões?
— Foi o que usou de misericórdia para com ele — respondeu o doutor.
— Vai e faze o mesmo — disse-lhe o Divino Mestre.
*
Entendeu, filhinho, a Parábola do Bom Samaritano?
O doutor da lei queria saber quem ele deveria considerar seu próximo, a fim de amar esse mesmo próximo. Mas, Jesus lhe respondeu indiretamente à pergunta, com outra questão: “Quem foi o próximo do homem ferido?” Jesus indagou do doutor da lei quem soube ter amor no coração para o desconhecido padecente da estrada. E o doutor, que era um judeu (os judeus odiavam os samaritanos), confessou que foi o samaritano.
“Vai e faze o mesmo” — é a ordem eterna do Mestre. O nosso próximo, filhinho, é qualquer pessoa que esteja em nosso caminho; é qualquer alma necessitada de auxílio; é aquele que tem fome, que tem sede, que está desamparado, que está sofrendo na prisão ou no leito de dor...
Que você, meu filho, imite sempre o Bom Samaritano. Esteja sempre pronto para socorrer quem sofre, como o bondoso samaritano fez, sem qualquer indagação ao necessitado.
Que você faça o mesmo, como Jesus pediu. Nunca pergunte, nunca procure saber coisa alguma da¬quele que você pode e deve auxiliar. Não se interesse em saber se o pobre, se o doente, se o orfãozinho necessitado é espírita ou católico, se é judeu ou protestante, se é pessoa branca ou de cor. Não se interes¬se em saber quais as idéias que ele professa ou a política que ele acompanha. Não cultive no coração¬zinho os odiosos preconceitos de raça, de religião ou de cor. Que você olhe apenas as feridas de quem sofre, para pensá-las. Que você enxergue somente a dor do próximo, para aliviá-la.
Imite o Bom Samaritano, filhinho. É Jesus quem pede ao seu coraçãozinho: “Vá e faça o mesmo”, sempre, em toda parte, com quem quer que seja.
Este é o caminho da Vida Eterna, com Jesus.
(*) O denário era uma moeda romana, em curso na Palestina no tempo de Jesus.

Querida criança:
Aqui está mais um livrinho de história para você. Os heróis destas histórias não são dos nossos dias: têm quase dois mil anos...












14 de fevereiro de 2013

Pai Nosso de Meimei

Do livro “PAI NOSSO”,, de FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO MEIMEI

PRIMEIRA PARTE - PAI NOSSO, QUE ESTÁS NOS CÉUS


PAI NOSSO, QUE ESTÁS NOS CÉUS
Quando Jesus começou a prece dominical, satisfazendo ao pedido dos companheiros que desejavam aprender a orar, iniciou a rogativa, dizendo assim:
— Pai Nosso, que estás nos céus...
O Mestre queria dizer-nos que Deus, acima de tudo, é nosso Pai.
Criador dos homens, das estrelas e das flores.
Senhor dos céus e da Terra.



Para Ele, todos somos filhos abençoados. Com essa afirmativa, Jesus igualmente nos explicou que somos no mundo uma só família e que, por isso, todos somos irmãos, com o dever de ajudar-nos uns aos outros.




Ele próprio, a fim de instruir-nos, viveu a fraternidade pura, auxiliando os homens felizes e infelizes, os necessitados e doentes, mostrando-nos o verdadeiro caminho da perfeição e da paz.
Na condição de aprendizes do nosso Divino Mestre, devemos seguir-lhe o exemplo.


Se sentirmos Deus como Nosso Pai, reconheceremos que os nossos irmãos se encontram em toda parte e estaremos dispostos a ajudá-los, a fim de sermos ajudados, mais cedo ou mais tarde. A vida só será realmente bela e gloriosa, na Terra, quando pudermos aceitar por nossa grande família a Humanidade inteira.

31 de outubro de 2012

Imagens - Parábola dos Trabalhadores da Ultima Hora














A PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
(Mateus, capítulo 20º, versículos 1 a 16)

       Um homem possuía uma grande vinha, onde colhia bastante uvas.
       Um dia, saiu de casa bem cedo para procurar novos trabalhadores para seu vinhedo.
       Chegando à praça da cidade, perto de sua casa, encontrou alguns homens sem emprego. Combinou com eles o salário daquele tempo, que era um dená­rio por dia. Os operários, satisfeitos, aceitaram imediatamente o convite e, por ordem do proprietário, seguiram para o trabalho da vinha.
       As nove horas da manhã, o vinhateiro voltou àpraça, onde havia sempre, como era costume naque­la época, pessoas que procuravam serviço. Encon­trou mais alguns homens desempregados e disse-lhes:
       — Ide também trabalhar na minha vinha. Eu vos pagarei o que for justo.
       E os trabalhadores seguiram para o campo e começaram sua tarefa.
       Ao meio-dia, e depois às três da tarde, o vinha­teiro voltou à mesma praça e fez o mesmo, contra­tando novos trabalhadores.
       As cinco horas da tarde, pela última vez nesse dia, esteve no mesmo local, onde encontrou igual­mente alguns homens sem serviço. Perguntou-lhes, então:
       — Por que estais aqui, o dia inteiro, desocupa­dos?
       E os homens responderam:
       — Senhor, aqui estamos porque ninguém con­tratou nossos serviços até agora.
       Respondeu o vinhateiro:
       - Ide também vós trabalhar na minha vinha.
       Ao anoitecer, o senhor da vinha chamou o admi­nistrador e disse-lhe que fizesse o pagamento dos salários aos trabalhadores.
Naqueles tempos, os operários recebiam o paga­mento diariamente; esse salário de cada dia era cha­mado jornal. Por isso, eram chamados também jor­naleiros.
— Chama os trabalhadores e paga-lhes o salá­rio, começando pelos últimos e acabando pelos pri­meiros — ordenou o vinhateiro.
Foram chamados os que chegaram às cinco ho­ras da tarde e só trabalharam uma hora. E cada um deles recebeu um denário.
E assim, os outros que começaram a tarefa às três horas da tarde e ao meio-dia. Por fim, chegaram os que começaram o serviço pela manhã bem cedo. Pensavam que iriam receber mais (pois viram os trabalhadores da última hora receberem um dená­rio). O administrador, porém, pagou igualmente aos primeiros um denário.
Então, estes começaram a resmungar contra o senhor da vinha, alegando:
— Estes últimos trabalharam somente uma hora e tu os igualaste a nós, que agüentamos o peso do dia e o calor sufocante.
O proprietário, entretanto, disse a um deles que mais murmurava:
— Meu amigo, eu não te faço injustiça; não com­binaste comigo o jornal de um denário? Recebe, pois, o que te pertence, sem reclamação. Eu quero dar aos últimos tanto quanto dei a ti. Não achas que tenho direito de fazer o que me agrada daquilo que me pertence? Por que sentes ciúme e inveja? Não tenho, por acaso, o direito de ser bondoso?

*

Termina Jesus a Parábola dizendo: “Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão últi­mos”.
Esta bela história, filhinho, mostra como Deus executa Sua Perfeita Justiça.
À primeira vista, parece que os operários quei­xosos tinham razão de reclamar contra o vinhateiro, pois eles trabalharam mais tempo que os últimos, que só tiveram uma hora de serviço. Esse, filhinho, é o raciocínio humano, é idéia da justiça humana, que só considera o lado exterior das coisas. No caso da parábola, os operários não tinham direito de recla­mação, porque estavam recebendo o salário combi­nado na praça com seu patrão. Era o salário comum naquele tempo, para o trabalho de um dia. O senhor da vinha havia prometido pagar um denário e cum­priu sua palavra.
Não houve nenhuma injustiça da parte do pro­prietário da vinha. Ele quis pagar támbém um dená­rio, isto é, o salário justo, aos trabalhadores de últi­ma hora, certamente porque viu que o serviço feito por estes, nessa única hora, foi feito com boa von­tade, amor e cuidado. Ele considerou, não o tempo, mas, a qualidade do serviço feito.
Assim é a Justiça Divina, filhinho. Ela nos re­compensará, um dia, na Eternidade, pelo trabalho que fizermos em favor do Reino de Jesus na Terra. A recompensa, porém, será dada, não em consideração ao número de horas de nosso serviço, nem à quan­tidade do mesmo. Não, meu filho, Deus não olhará o lado exterior, visível, nem o volume de nossas obras. Deus nos julgará pela qualidade de nosso trabalho, pela sinceridade de nossos atos, pela nossa boa von­tade no auxílio aos outros, pelo amor, cuidado e dedi­cação com que cumprirmos nossas tarefas. Deus olha a qualidade de nosso trabalho e não as horas de nosso serviço. A Justiça Divina considera nosso co­ração e nosso caráter, e não nosso relógio e nossa balança.
       Que seu serviço, filhinho, na Vinha do Evange­lho, agora ou mais tarde, quando você crescer, seja sempre feito com boa vontade, com sinceridade, com amor. Que você não se habitue a reclamações. Que você nunca inveje o que seja dado aos outros, como fizeram os trabalhadores das primeiras horas. Res­peite o trabalho e o entusiasmo dos companheiri­nhos novos, que vão chegando para a Escola de Evangelho e começando a fazer alguma coisa para Jesus. Não sinta ciúme, se eles receberem qualquer atenção, ou provas de bondade, dos professores. A Parábola é uma grande lição contra o Espírito de reclamação, contra a mania das queixas, contra o veneno da inveja.
       Que você, filhinho, procure fazer sempre, com boa vontade e humildade, qualquer serviço, pequenino ou maior, que Jesus confia ao seu coração. 

História que Jesus Contou - Clóvis Tavares

26 de dezembro de 2010

O NASCIMENTO DE JESUS para crianças

O NASCIMENTO DE JESUS
Para crianças




Em uma pequena cidade da palestina (um país muito distante) chamada Nazaré, vivia uma jovem de nome Maria.
Certo dia, um anjo (um Espírito superior muito bom e puro), apareceu a ela para anunciar-lhe que seria a mãe de Jesus, O Cristo. E era quem todos esperavam porque iria trazer o amor e paz, felicidade entre tantas outras coisas boas.
Naturalmente, Maria ficou surpresa por ter sido escolhida por Deus, entre tantas outras jovens.
Além disso, ainda não estava casada com José, seu noivo. Mas o anjo a tranqüilizou: “Não tenha medo, Maria. O Senhor está com você!”
Lucas 1,26-37

Maria não sabia que pensar.
Na sinagoga ouvira muitas vezes os profetas anunciarem o nascimento de um Messias, mas não imaginou que seria ela a mãe.
Maria era simples e muito humilde. Sentia sua pequenez e desejava de todo o coração fazer sempre a vontade de Deus.
Então, respondeu com humildade ao anjo: “Eis aqui a serva do senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Lucas 1,38


Maria tinha uma prima chamada Isabel.
Isabel morava longe em outra cidade perto das montanhas e, apesar de idosa, também esperava seu primeiro filho.
Maria, que já esperava Jesus, partiu de Nazaré e foi visitar Isabel, que precisava de sua ajuda.
Quando as duas primas se encontraram, compreenderam tudo, entenderam que cumpriam a suprema vontade de Deus.
Alegres, deram-se as mãos e, juntas, agradeceram a Deus por serem instrumento D’Ele.
Maria permaneceu três meses na casa de Isabel até seu bebê nascer; depois voltou para sua cidade em Nazaré.
Lucas 1,39-56
Naquele tempo, o imperador César Augusto promulgou uma Lei mandando que fosse feito um recenseamento em todo o mundo.
Recenseamento é fazer, por ordem do governo, uma lista de todos os habitantes do país, homens, mulheres, e crianças; depois de procedida à contagem, fica-se sabendo quantas pessoas há no País.
Ora, Maria e José haviam se casado havia alguns meses, então teriam que viajar para se alistarem, pois segundo o costume da época, para registrar-se cada um devia dirigir-se à região de origem, que era Belém.
José era descendente do rei Davi, que vivera cerca de mil anos antes, cuja origem era Belém; por isso teriam que se dirigirem para lá.
A cidade santa era construída sobre um monte, para se chegar até Belém era preciso percorrer um longo caminho, naqueles tempos não havia comodidades de hoje para viajar. Então a viagem foi penosa e, um pouco a pé, outros montados num burrico, venceram a distância que separava as duas cidades.
Lucas 2,1-4

E quando chegaram a Belém não havia lugar para eles na hospedaria. Por que todos que eram daquela cidade vieram também se alistar.
O único lugar vago que José encontrou foi um curral próximo a Belém; curral é um lugar onde os animais se abrigam.
Então, numa noite muito bonita, de um céu todo estrelado, perfumada pela brisa suave que vinha dos campos, Maria ganhou seu bebê, enfaixou-o e o envolveu em panos, e deitou-o numa manjedoura que lhe serviu de berço.
Lucas 2,4-7


Naquela região montanhosa havia alguns pastores que ficavam acordados à noite, vigiando seus rebanhos.
Alguns deles estavam ao pé de uma fogueira aquecendo-se, quando junto deles apareceu um anjo, e uma luz brilhante os iluminou a todos.
Os pastores levaram um susto, e ficaram com medo; mas o anjo disse-lhes: “Não tenham medo; trago para vocês uma Boa Notícia, que será uma grande alegria para vocês e todo o povo: é que hoje, nasceu o Salvador, que é Jesus.E se quiserem ir vê-lo, este é o sinal que lhes fará conhecê-lo: vocês encontrarão um recém-nascido, envolto em panos e deitado na manjedoura”.
Quando o anjo disse que Jesus é o Salvador do mundo, é por que Ele veio ensinar os homens a praticar somente boas ações, a se amarem como irmãos, e a perdoarem-se uns aos outros, porque só assim serão felizes.
A manjedoura é uma espécie de cesta em que os pastores colocam feno para alimentar os animais. Muitas vezes, os pastores também guardam a própria comida na manjedoura.
A manjedoura é um símbolo.
Ela representa que Jesus é o alimento das almas, o alimento para a humanidade faminta de amor.
E também é a primeira lição que Jesus deixou: a de humildade.
Lucas 2,8-12

E quando o anjo acabou de falar, apareceram ao seu lado muitos e muitos outros anjos, todos eles irradiando uma luz tão brilhante, que clareou aqueles campos até ao longe. E os anjos cantavam: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados”.
Os pastores diziam entre si:
“Vamos até Belém, e vejamos o que é que aconteceu, o que é que Deus nos revelou”.
Puseram-se a caminho sem hesitação e encontraram Maria e José, junto com o menino deitado na manjedoura num curral.
Contemplaram respeitosamente o menino e, logo junto com os pastores chegaram mais gente, e todos ficaram admiradíssimos do que ouviam; pois os pastores contaram aos seus pais a visão maravilhosa que tiveram. E vendo os pastores que era verdade o que o anjo lhes anunciara, voltaram para suas casas dando graças a Deus.
Maria, por sua vez, guardava tudo em seu coração, e um pouco preocupada com a visita dos pastores, pedia ao altíssimo que amparasse seu filhinho.
Lucas 2,13-20

Mas não foram apenas os pastores que vieram visitar Jesus quando ele nasceu. Ele recebeu também a visita dos magos do Oriente.
Mago quer dizer sábio, e os magos eram sacerdotes de antigas religiões daquelas terras. Estudavam todas as ciências, ocupavam-se do culto religioso, conheciam também coisas da espiritualidade. Eles sabiam que um dia viria ao mundo um Espírito muito superior, o mais superior de quantos já tinham vindo a Terra, para ensinar aos homens a viverem de acordo com as leis divinas. Esse Espírito superior exerceria entre os homens um reinado espiritual, e por isso o chamaram de rei.
E eis que uma estrela apareceu no céu. E essa estrela guiou os magos através das montanhas da Pérsia, dos desertos ardentes da Arábia, dos vales perfumados da síria, até Jerusalém, chamando a atenção de todos.
Os magos não vendo mais a estrela chegando a Belém começaram a perguntar: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem”.
O rei Herodes quando soube o que os magos procuravam, não gostou, ficou perturbado mandando buscar os magos até sua presença.
Com medo de perder o trono e curioso, mandou chamar todos os sábios da cidade, e lhes perguntou onde havia de nascer o Cristo. Os sábios leram nos antigos livros sagrados, e encontraram a indicação no livro do profeta Miquéias, que vivera a setecentos anos de Jesus, o qual profetizava que havia de nascer em Belém.
Profetas, naqueles tempos, era um homem que recebia avisos do mundo espiritual, e os transmitia aos homens.
Herodes deu a indicação aos magos e pediu-lhes que fossem a Belém, e se informassem muito bem que menino era esse, e que depois de o terem achado voltassem para dizer-lhe, porque ele também queria ir adorá-lo.
Mateus 2,1-8

Logo que os magos falaram com Herodes partiram de Jerusalém; e logo a estrela que os guiara do Oriente, reapareceu diante deles, e levou-os até onde estava o menino.
O que aconteceu da estrela não os guiar diretamente a Belém, é porque com a passagem dos magos pela capital a atenção do povo seria despertada, e veriam que se cumpriam as profecias, isto é, os avisos que há muito tempo vinham recebendo do mundo espiritual sobre a vinda do Salvador; e assim seria inaugurada no mundo uma era de paz e de amor. Mas infelizmente isso não aconteceu; os dirigentes do povo não souberam ou não quiseram tomar conhecimento do fato, de medo de perderem suas regalias.
Os magos ficaram contentíssimos quando viram de novo a estrela. E parando a estrela em cima do curral, nele entraram e acharam o menino.
Na verdade a estrela não era realmente uma estrela. Era um Espírito elevado, cuja luz espiritual se fazia visível aos magos, e assim lhes facilitava encontrar o lugar onde Jesus tinha nascido; do contrário eles nunca poderiam achá-lo.
Quando entraram no curral, viram Maria velando o menino Jesus, como o fazem todas as mães quando seus filhos são pequeninos. Os magos o adoraram, e mandaram que seus criados descessem dos camelos as malas; e tiraram delas ouro, incenso e mirra, e deram de presente ao menino.
Mateus 2,9-11

Os magos não voltaram a Jerusalém. À noite, quando os magos dormiam, tiveram um sonho: sonharam que não deviam voltar a Herodes. E de madrugada, arrumaram suas coisas no dorso dos camelos, despediram-se do casal, e voltaram para seu país por outro caminho.
Alguns dias depois que os magos partiram, dormia José recostado ao lado da manjedoura, depois de Maria ter cuidado do menino, e sonhou. Sonhou que lhe apareceu um anjo vestido de luz, que lhe disse: “Levanta-te, José, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica-te lá até que eu te avise. Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.
Quando os magos estiveram com Herodes disseram a ele que tinham vindo adorar o rei dos judeus que nascera; e os profetas antigos profetizaram que ele reinaria sobre todo o povo: e como Herodes era o rei, ficou com medo de perder o lugar.
José acordou e obedeceu ao aviso celeste; apesar fosse noite alta levantou-se, contou o sonho à Maria, arrumaram suas coisas, e partiram para o Egito.
José tinha um burrico, com o qual vieram a Belém. Maria com Jesus no colo ia montada no burrico, e José ia a pé, puxando o burrico; passaram por entre as ovelhas que dormiam no curral, seguiram por uma ruazinha, e ganharam a estrada.
O Egito e a Palestina não era assim tão longe, porque eram países vizinhos. Herodes esperou alguns dias, talvez uma semana, que os magos não voltassem com a notícia. E quando percebeu que os magos não voltariam, e já deviam estar a caminho de suas terras, ficou furiosíssimo mandando os soldados a Belém, com ordem de matar todos os meninos que tivessem a idade de dois anos para baixo. Os soldados chegaram e executaram a ordem para desespero daquelas pobres mãezinhas.
As crianças que foram sacrificadas foram apenas os meninos. Herodes esperava que no meio deles estivesse Jesus, mas enganou-se; Jesus já estava longe.
Segundo os historiadores, Belém naquela época era uma aldeia que contava com dois mil habitantes, mais ou menos. Admitindo-se que nascem em cada ano trinta crianças para cada mil habitantes, e ainda levando-se em conta que são meninos e meninas, e que só os meninos foram atingidos, teremos uns vinte e cinco meninos sacrificados por Herodes.
Estes pequeninos são considerados os primeiros mártires da doutrina de Jesus.
MATEUS 2,13-18

Passaram-se alguns meses. José continuava no Egito com sua família aguardando o momento oportuno de voltar para sua terra.
No Egito viviam muitos compatriotas de José, e eles o ajudavam dando-lhe serviço, pois que José era hábil carpinteiro.
Uma noite estava ele dormindo, e sonhou que lhe apareceu o mesmo anjo vestido de luz cristalina, e de seus lábios puros saíram estas palavras: “Levanta-te, José, toma o menino e sua mãe, e vai para Israel; porque já morreram os que queriam matar o menino”.
Israel é o nome que também tinha a Palestina; ela era banhada pelo mar Mediterrâneo e seu principal rio, cheio de curvas, é o rio Jordão. A Palestina dividia-se em três partes, que eram: a Galiléia a Samaria e a Judéia. A Galiléia era a mais bonita das três; possuía muitos riachos e poços d’água; produzia azeitonas, uvas, trigo, cevada, frutas e gado. Foi na Galiléia que Jesus passou sua infância, e ali começou a trabalhar em benefício da humanidade; na Galiléia também nasceram quase todos os seus doze discípulos.
As outras duas regiões, a Samaria e a Judéia, já não são tão férteis, sendo a Judéia uma região pedregosa, e a Samaria muito montonhosa.
Pois bem; José levantou-se, e com o menino Jesus e Maria voltou para a Judéia, mas lá chegando soube que lá reinava Arquelao, filho de Herodes, e ele não era melhor do que seu pai, José receou ficar ali, e retirou-se para sua antiga casa em Nazaré, que fica na Galiléia.
MATEUS 2,19-23


Foi em Nazaré que Jesus passou sua infância. Ele era inteligente, estudioso e trabalhador. Quando completou sete anos, seus pais o colocaram na escola onde aprendeu a ler e a escrever; dedicava uma parte de seu tempo a brincar com seus amiguinhos, e outra parte a trabalhar com seu pai na carpintaria, ajudar Maria sua mãe na limpeza da casa e a estudar as lições.
LUCAS 2,39-40


Assim viviam pacificamente, porém uma vez por ano era interrompido, pois todos os que moravam no interior iam a Jerusalém para assistir à festa da páscoa, que se realizava no grande templo. Formavam caravanas, e partiam para Jerusalém; lá se demoravam durante os dois dias de festa, e depois se reuniam de novo e voltavam.
Quando Jesus tinha doze anos, aconteceu um fato interessante com ele. Como de costume, foram a Jerusalém pela festa da Páscoa, assistiram a ela e, uma vez terminada, puseram-se de volta de madrugada, José e Maria caminhavam no grupo detrás, de pessoas mais velhas, e os moços nos grupos da frente, brincando pela estrada. Por isso estavam tranqüilos, julgando que Jesus seguia adiante com os jovens.
Certas horas do dia ao acamparem para comer procuraram Jesus por entre todos, e só então perceberam que ele tinha ficado em Jerusalém. Aflitos, os pobres pais voltaram imediatamente, e durante três dias percorreram a cidade e o procuraram entre os parentes e conhecidos, sem que o achassem. Foi quando se dirigiram ao templo, e nele encontraram Jesus no meio dos doutores, conversando com eles e fazendo-lhes perguntas, e respondendo ao que lhe perguntavam.
Os doutores da lei naquela época eram homens que conheciam de cor e salteado tudo o que estava escrito nos livros dos profetas. E Jesus deu mostras de conhecer tais livros a fundo porquanto os doutores pasmavam-se de suas perguntas e de duas respostas. E seus pais admiraram-se de vê-lo ali, e sua mãe o repreendeu dizendo: “Filho, por que você fez isso conosco? Seu pai e eu passamos por um grande susto, e o procurávamos cheios de aflição”.
Ao que docemente Jesus respondeu: “Para que me procuravam mamãe? Pois não sabem que devo interessar-me pelas coisas que são do serviço de meu pai?”
Todavia seus pais não compreenderam o que ele queria dizer. Mas, o que Jesus quis dizer-lhes é que viera ao mundo para ensinar aos homens a seguirem as leis de Deus, que era Pai dele, como é Pai de todos nós. E assim desde cedo precisava preparar-se para cumprir o seu dever.
Jesus despediu-se dos doutores, e de braços dados com seus pais desceu a majestosa escadaria do templo, e foi com eles para Nazaré, onde cresceu e se tornou um homem cheio de bondade e de sabedoria.
LUCAS 2, 41-49
*Baseado na obra: O Evangelho da Meninada de Eliseu Rigonatti.