20 de junho de 2011

Aula - Não julgue, a fim de não ser julgado

PLANO DE AULA

NÃO JULGUE, AFIM DE NÃO SER JULGADO – O argueiro e a trave no olho

Evangelho Seg. o Espiritismo – Cap. 10 – “Bem-Aventurados os que são Misericordiosos”

Sub-temas:

· NÃO JULGUEIS: AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

· INDULGÊNCIA

Objetivos:

- Perceber a necessidade de observar e corrigir nossos próprios defeitos para evoluirmos.

- Levá-los a perceber que estamos sempre reagindo de forma a julgar, censurar e repreender o semelhante;

- Perceber nas sábias lições de Jesus a humildade e a indulgência, levando-nos, de um lado, ao reconhecimento das nossas próprias faltas, e de outro, à compreensão das faltas alheias.

Referências Bibliográficas: Evangelho Seg. o Espiritismo - cap. 10; site: WWW.espírito.org.br; www.cvdee.org.br; Conteúdo Programático da UEM.

Desenvolvimento:Primeiro Momento: Preparemos duas dinâmicas, uma em que julgamos as coisas (claro que podemos relacionar com pessoas) e outra para fixação do tema.

1. Dinâmica: Caixinhas de Presentes – Não julgar pelas aparências

OBJETIVO:

Mostrar que não devemos ver apenas as aparências. A nossa tendência natural é escolher alguma coisa por ser bonita, mas nem sempre o que se mostra bonito é valioso!

Material e sua preparação: Levar 10 caixas embrulhadas com papel de presente:

07 delas devem estar embrulhadas de forma bem bonita, algumas podem ser grandes e outras podem ser pequenas.

03 caixas estarão embrulhadas de forma mais simples, poderá ser com papel jornal, papel pardo, sulfite ou papel de presente amassado/rasgado.

Dentro das caixas bonitas coloque jornal amassado, pedras, pedaços de pau, revistas velhas (materiais com pouco valor).

Dentro das caixas simples coloque objetos bons, por exemplo: balas, pirulitos, bombons, pequenos brinquedos, livrinhos bíblicos.

Coloque as caixas no centro da sala, todas misturadas.

DINÂMICA: Divida a turma em grupos e escolha 1 criança de cada grupo, esta criança deverá escolher uma das caixas e todo grupo receberá o que contém na caixa.

Todos do grupo podem participar dando sugestão de qual caixa à criança deverá escolher.

Quando todos os grupos já estiverem com as caixas de presente, pergunte para cada grupo porque escolheram aquela caixa.

Então, peça para que cada grupo abra o seu presente, aguarde a reação de cada um (2 minutos).

Depois de aberto, peça para que cada grupo fale o que ganhou e mostre para os demais grupos. (peça paciência as crianças, para elas ainda não comerem o que ganhou)

Procure "explorar" bem esta situação fazendo as crianças entenderem que nem sempre um pacote bonito faz um conteúdo valioso.

E finalizando dizer que vamos dividir o que ganhamos, compartilhando com as outras crianças as balas, pirulitos, etc.

Segundo Momento: Desenvolver o tema.

Nossas reações

Reagimos mais do que agimos às diversas situações que nos acontecem diariamente. Nossa primeira atitude ainda é de repreensão, julgamento e crítica.

Estamos sempre julgando pessoas, coisas e situações, apontando erros e falhas, censurando, ao invés de termos um olhar benevolente e de aprendizado ao que nos acontece. Mas quanto a essa postura Jesus já havia nos alertado, vamos ver como Ele nos ensinou: (preparar um cartaz e colar no quadro)

“Não julguem, a fim de não serem julgados; porque vocês serão julgados segundo julgaram os outros; e será usada com vocês a mesma medida da qual usaram para medir os outros” (Mateus, cap.7:1,2)

Antes de atribuir a alguém uma falta, apontar algum erro vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita. Antes de julgar alguém com severidade, procuremos ser tão indulgentes para com ele quanto o seríamos para conosco.
Por que Jesus nos ensina a não julgarmos o próximo?

Se refletirmos sobre as inúmeras faltas que cometemos ao longo da vida, e reconhecermos que erramos muito, seremos incapazes de condenar atos que talvez nós mesmos já houvéssemos praticado.

De um modo geral, somos benevolentes para com os nossos erros e muito severos para com os erros dos outros. Sempre estamos certos e os outros sempre errados.

Precipitamo-nos e nos equivocamos no julgamento do próximo, mas não julgar tem um verdadeiro sentido, que está na palavra caridade. A caridade que Jesus ensinou é Benevolência para com todos, Indulgência para com as imperfeições dos outros. Perdão das ofensas. Eis ai que nos ensinou Jesus em suas sábias
lições de humildade e de indulgência, levando-nos, de um lado, ao reconhecimento das nossas próprias faltas, e de outro, à compreensão das faltas alheias.

Jesus nos advertiu, não podemos pretender tirar o argueiro (cisco, coisa insignificante) nos olhos dos outros, se temos em nossos olhos a trave (trava, viga de madeira) que nos cega dificultando-nos a caminhada. Então, para entendermos, para sermos benevolente, indulgentes para com os erros de nossos irmãos, é preciso que, antes de tudo, nos conscientizemos dos nossos erros, das nossas imperfeições e das nossas limitações. A partir daí sim, teremos condições de compreender os erros dos outros.

A pessoa indulgente não vê os defeitos dos outros, ou se os observa, evita falar deles ou divulgá-los, a fim de que não se tornem conhecidos por outrem.

O nosso dever básico deve ser o de vigiarmos a nós mesmos na conversação, ampliando os recursos de entendimento nos ouvidos alheios. Sejamos indulgentes, rogando perdão para os nossos erros e perdoando os que erram.

O perdão é indispensável ao equilíbrio, assim como o ar é indispensável à vida.

Antes de revidarmos a palavra ofensiva, dita impensadamente, antes de aceitarmos a provocação, pensemos duas vezes.

Meimei nos fala que toda criatura precisa de perdão, como precisa de ar, porque o amor é o sustento da vida, e o bálsamo do perdão anula o veneno do ódio.

Mas, tudo isso, a indulgência, a benevolência, o perdão, requer exercício. Pelo fato de ouvirmos sobre a importância do perdão, não significa que vamos assimilar da noite para o dia.

Comecemos a relevar as pequenas indelicadezas, as pequenas ofensas para, depois, aprender a perdoar as grandes ofensas.

Pensemos muito em que Jesus nos ensinou quando disse: “Fazer aos outros aquilo que nós gostaríamos o que os outros nos fizessem”, pensemos também quando disse: “não julgueis para não serdes julgados”, pois ainda Ele nos diz que segundo julgamos seremos também julgados.

Terceiro momento: Apresentar a história de Miguel para que analisem e percebam o mecanismo que usamos de pré-julgamento com os outros.

2. Caso Miguel: Não devemos julgar os outros

TEMA: Como julgamos os outros
OBJETIVO: Mostrar através de uma estória como é fácil julgarmos os outros e principalmente como não devemos fazer isto.

PREPARAÇÃO: Iremos preparar 6 painéis com pedaços da estória. Pode ser feito com papel cartolina ou papel pardo. Se possível fazer umas ilustrações para descontrair. Cada relato é um painel.

DINÂMICA:

Ir apresentando os painéis e complementando a estória. Antes de colocar um novo painel no quadro, e ler a continuação, dar uma pausa e perguntar o que a turma acha sobre o Miguel. Será que ele é doido? Será que ele é problemático? O que vocês acham que o Miguel é?

Após toda a estória apresentada, contar a versão do próprio Miguel.

Por fim, comentar a estória falando sobre a questão do julgamento. Nós temos muita facilidade para julgar os outros, mas não devemos fazer isto por que não sabemos o que se passa na vida das outras pessoas.

Quarto momento: Atividade escrita – Colorir, recortar e colar a seqüência certa da estória, produzindo um texto após sobre a estória.

Prece Final


O CASO MIGUEL: Não devemos julgar os outros



Relato do padeiro:

Esse menino não é muito certo da bola não. Ás vezes, cumprimenta a gente, outras vezes parece que nunca me viu. Tem dias até que puxa um dedinho de prosa comigo, e ainda faz comentários do jogo da véspera. Quando procuro por ele, para continuar o assunto, já não está mais lá. Ontem chegou aqui de cara amarrada, com os olhos vermelhos!…

Não sei, não!… Acho que ele se droga…

Pediu 1 litro de leite e 2 pãezinhos e se mandou. Ele é muito esquisito!!! Coitada da mãe dele!!! Deve sofrer!!!



Relato da mãe:

Naquela manhã, Miguel acordou cedo, não quis tomar café. Nem ligou para o bolo que eu havia feito especialmente para ele. Não quis vestir o casaco que eu lhe dei. Disse que estava com pressa e reagiu com impaciência aos meus pedidos para que se alimentasse e se agasalhasse! Ele continua uma criança que precisa de cuidados o tempo todo. Ele já tem 14 anos, mas não tem noção do que é bom para ele.



Relato do Trocador de Ônibus:

Naquela manhã de sábado, entrou no ônibus um rapaz com toda a pinta de pivete. Cara fechada, de mal com o mundo, meio nervoso. Fiquei de olho nele, esperando que assaltasse alguém. Levava uma sacola de plástico com, provavelmente, aquilo que ele já havia roubado antes. Olhava o tempo todo para o relógio, como se estivesse admirando o que roubou. Essa juventude de hoje!!! O mundo está mesmo perdido!!! Fiquei aliviado quando ele desceu, sem ter conseguido assaltar ninguém. Também pudera!!! Ele sentia que eu estava o tempo todo de olho nele!!!



Relato do vendedor do Mc Donald’s:

Logo de manhã, apareceu um garoto quando ainda estávamos abrindo a loja… Parecia um doido! Queria, por que queria que tudo parasse e ele fosse logo atendido. Queria o hambúrguer para ontem! Ora! Como se eu fosse o empregado dele! Não era muito normal, não! Ficava andando de um lado para o outro, olhando o relógio, falando sozinho…!



Relato do porteiro:

Esse garoto está sempre afobado! Fala com a gente e mastiga o sanduíche ao mesmo tempo!! Engraçado que está sempre atrás do mesmo garoto! “Cadê o Carlos? Você viu o Carlos? Pra onde foi o Carlos?” Ih, não sei não! Não é coisa boa!




Relato do faxineiro:

Ah! Eu sabia! Não é de hoje que eu desconfiava desse moleque!! Peguei ele no flagra!!!

Desde que me falaram que tem gente roubando coisas no vestiário, eu fiquei de olho, né? Ninguém presta atenção num faxineiro… Então fica mais fácil, e não deu outra!

Como quem não quer nada, eu estava lá enrolando na limpeza do vestiário, varrendo, mas prestando muita atenção no movimento. Foi quando entrou aquele garoto, olhando para todos os lados, mais para ver se alguém podia ver o que ele ia fazer… Para ele, eu não existia, seu olhar passava direto por mim. Quando ele tirou as chuteiras roubadas do saco plástico, eu não tive dúvida! Comecei a gritar!!!

Socorro, ladrão!! Pega ladrão, pega ladrão!!!

Caso Miguel: Não devemos julgar os outros


Versão do Miguel: “Eu só penso em futebol. Fico pensando, a semana inteira, nas peladas do final de semana, nos treinos que eu assisto, do meu timão do coração, lá na Gávea. Zico é o meu maior ídolo! Ninguem sabe o que aconteceu, ontem, lá na Gávea, meu amigo Carlos veio me avisar que o próprio Zico estaria lá, no dia seguinte, testando a galera para formar como jogador de futebol no seu time. Fique logo ansioso e lógico que eu queria ser testado também, né!? perguntei pro Carlos se eu podia comparecer e ele disse que era só chegar com chuteiras, (óbvio), cópia da certidão de nascimento e 1 retrato. E, principalmente que chegasse na hora certa, sem me atrasar, por que o Zico é rigoroso pacas quanto ao horário.

Meu irmão, nem dormi direito esta noite. Acho que era ansiedade, dormi mal pra caramba!!! Fiquei só pensando, imagina ver o Zico de perto, jogar bola com ele, isso é meu sonho! Muito show imagina só, você não está entendendo, o Zico como meu treinador, isso é demais!

Ao me levantar, depois de uma noite horrível, fui comprar o leite e o pão para a mamãe. Detesto chegar na padaria do Seu Manoel e ver, sempre, aquela gente se “empurrando” na fila tão cedo. Acho até que nem foram pra casa dormir ainda! Quando eu chego lá e esse pessoal está lá também, compro tudo e saio fora rapidinho. Eu gosto do Seu Manoel, pena que ele não pode escolher pra quem vai vender, até por que ele precisa ganhar dinheiro. Mas não acho legal essa galera que só fica bebendo. Quando está vazio até dou uma parada pra trocar uma idéia com ele, mas isso é tão raro!

Deixei o leite e o pão na cozinha. Peguei minhas chuteiras e corri pra não me atrasar. Ouvi a mamãe resmungando pra comer bolo e botar o casaco com o maior sol lá fora, e eu nem estava visando comer em casa, sou mais o Mac Donald’s do que o bolo. Coitadinha! Ela sempre faz esse bolo, mas é que hoje estou com pressa mesmo!

O ônibus, pra variar, demorou muitíssimo! Já estava nervoso! Amigo, se houver trânsito, não vai nem dar pra eu comer alguma coisa. Tenho até medo de passar mal no treino. Eu estava tão ansioso que toda hora olhava no relógio, como se pudesse parar o tempo.

Finalmente desci do ônibus e deu tempo de lanchar. Fui ao Mac Donald’s ali do lado, rezando pra ser servido logo, por que eu não podia me atrasar. O pior de tudo é que o único vendedor, naquela hora, era muito mole! Acho até que estava fazendo de propósito para me deixar mais nervoso.

Ufa! Consegui chegar no clube na hora! Perguntei para o porteiro se ele havia visto Carlos, meu amigo. Ele disse que ele já tinha chegado e que devia estar no vestiário. Fui rapidinho pra lá, olhando para todos os lados, vendo se encontrava Carlos. Entro no vestiário e só quem estava lá dentro era aquele faxineiro fofoqueiro que não simpatizo. Esta sempre rondando, parece um carrapato pegajoso!… Adora adular o pessoal! Deve achar que vai levar uma graninha com isso. Mas aí quando resolvi me trocar e procurar Carlos depois, o faxineiro começou a gritar: – Socorro! Ladrão! Pega ladrão! Nem sei qual foi, mas quando fui ver ele estava apontando pra mim! Que sufoco! Entrei em enrascada, mas consegui provar que era inocente.

Finalmente, o incidente saiu melhor que a encomenda. Zico soube do ocorrido, e cada vez que me olhava começava a rir, imaginando a situação. “E foi assim que fui notado e consegui ficar entre os escolhidos.”

Por fim, comentar a estória falando sobre a questão do julgamento. Nós temos muita facilidade para julgar os outros, mas não devemos fazer isto por que não sabemos o que se passa na vida das outras pessoas.



ATIVIDADE ESCRITA




4 comentários:

  1. Achei a aula excelente!!!
    Gostei da didática e metodologia.

    Parabéns!!!

    Nilza

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  2. muito boa essa aula,gostei muito, vou da-la as crianças da qual eu dou aula,parabens

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  3. Boa noite Simone,
    Seu trabalho é muito importante na orientação das crianças e no compartilhamento de atividades com outros evangelizadores.
    Que Deus continue abençoando seu caminho e sua missão!
    Muita luz e paz!

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  4. Adorei! Dei uma adaptada para trabalhar com jovens!! Muito Bom!!!

    Parabéns!! E obrigada por nós proporcionar fazer uso das aulas!!!

    Muita luz!!!

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