24 de outubro de 2013

Aula - ORAÇÃO, VIGILÂNCIA, ORDEM E DISCIPLINA


TEMA: ORAÇÃO, VIGILÂNCIA, ORDEM E DISCIPLINA

Referências – O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap. 23: MORAL ESTRANHA; Cap. 9: BEM-AVENTURADOS AQUELES QUE SÃO MANSOS E PACÍFICOS e Cap. 27: PEDI E OBTEREIS.          

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Evang. Seg. Espiritismo, cap. 23; Fonte Viva - Chico/Emmanuel; Ação e Reação (André Luiz / F. C. Xavier), cap. 19; Conteúdo Programático da UEMG.  

OBJETIVOS:
- Reconhecer a necessidade da ordem e da disciplina para alcançarmos a harmonia interior.
- Identificar a obediência e a resignação como virtudes a serem alcançadas para nossa evolução.
- Salientar a importância da fé, diante das provas e dificuldades da nossa vida, o que nos auxilia a desenvolver a obediência e a resignação.
- Conscientizar sobre a necessidade de conhecermos a nós mesmos e de nos esforçarmos para dominar e corrigir nossas más tendências.
- Compreender, relacionando à Parábola dos Dois Filhos, que nosso crescimento moral se dá em nosso íntimo, refletindo-se em nossas atitudes.
 -Conscientizar o evangelizando sobre a importância da prece que nos permite adquirir a força moral necessária para vencer as dificuldades e vicissitudes da vida.
- Salientar que o poder da prece está antes no pensamento que nas palavras, lugar e momento em que é feita, pois Deus escuta o que parte do nosso coração.

PRECE INICIAL

PRIMEIRO MOMENTO: Diálogo inicial
Perguntar aos evangelizando: “quais os meios de comunicação que vocês conhecem? Na atualidade, encontramos muitos meios de comunicação com as pessoas, pela TV e rádio, pela escrita (carta, jornal, revista, livro, desenho, telegrama), internet, email, telefone fixo e celular, por exemplo. Por meio deles conversamos com pessoas que estão muito distantes.  
O telefone foi o meio de comunicação mais eficiente e rápido de se comunicar por muito tempo até o advento da internet, através deste aparelho nossa voz percorre longas distâncias. E ainda existe aparelhos que possibilitam pessoas na Terra comunicarem com os astronautas no espaço.”
Para entendermos melhor, podemos simular uma comunicação aqui mesmo. Evangelizador simula uma “conversa” num telefone feito de papel cartão; explicando que no final ensinará fazer igual.
Depois de concluída essa atividade, perguntar: Para que serve o telefone? Pedi voluntários para simular uma conversa ao telefone.
Depois feitas às experiências, possibilitando a movimentação das crianças e a interatividade, o evangelizador prossegue com a exposição.
SEGUNDO MOMENTO: Nós temos necessidades de nos comunicar, pois através delas interagimos uns com os outros, a necessidade é de aprendizagem e troca (conhecimentos e sentimentos).
Assim como existe várias formas de comunicação entre os homens, há uma que é muito importante que põe o homem em comunicação com Deus.
Perguntar: Vocês sabem qual é essa forma? Esperar que respondam e depois o evangelizador responderá que é a prece. A Prece serve como um telefone para podermos falar com Deus.
A prece é o recurso mais valioso que temos e muitos preferem ignorar, e é o recurso que nos faz descobrir a finalidade de nossa existência, nos faz superar todos os percalços da vida, é ela que nos faz estar em ligação com o criador.
Utilizamos os meios de comunicação como rádio, TV, telefone, que é possível pelas ondas magnéticas que transmite o som e as imagens, para nos comunicar com as pessoas. Mas para comunicar com Deus, qual o mecanismo para que a prece seja transmitida?  O mecanismo é através do pensamento. (mostrar a gravura abaixo)
Jesus nos ensinou o “Pai Nosso” resumindo nossos deveres e necessidades, explicou uma lição muito importante: "Orai e vigiai para que não caias em tentação".
O que Jesus quis dizer com orar e vigiar? O que é Prece e o que é vigiar?
A prece é uma conversa com Deus, um momento de ligação entre a criatura e o Criador. É um recurso que temos para nos comunicar com Deus. É um importante alimento espiritual. É um momento de sua vida que você reserva para conversar com Deus. Pela prece nos comunicamos com Deus, Jesus e os bons Espíritos.
Vigiar significa estar atento e desperto para tudo o que acontece com você e a sua volta.
Jesus ensinou: vigiai e orai. Vigiar quem? A vida alheia? Não. Vigiar nossos próprios pensamentos, sentimentos e atitudes.
Vigilância, na sua expressão correta, como nos ensina Jesus com o “vigiai e orai”, não é fiscalizarmos as atitudes alheias, mas objetiva, acima de tudo, nos prevenir acerca de nossas próprias imperfeições e falhas.
As nossas fraquezas nos prendem à retaguarda espiritual, nos induzindo a ações menos edificantes que nos dificultam a marcha evolutiva.
Como espíritas conhecedores do Evangelho à luz da Terceira Revelação, grande é a nossa responsabilidade e, por isso, precisamos estar vigilantes com relação aos nossos próprios atos, palavras e pensamentos, para que externem sempre o que de melhor temos aprendido na doutrina que nos felicita o entendimento.
Vigiar os pensamentos quer dizer mentalizar sempre o bem para todos os que nos cercam e para toda a humanidade, evitando assim colaborar para o acréscimo das ansiedades que envolvem tantas pessoas nos dias atuais.
 Vigiar as palavras, não só evitando tudo o que possa desdobrar o mal, prejudicar o próximo ou exagerar os acontecimentos menos felizes, como também disseminando, sempre que possível palavra de carinho, entendimento, ânimo, esperança e conforto.
Vigiar ações, afim de que sejamos sempre instrumentos úteis nas mãos da espiritualidade maior, no auxílio aos necessitados.
Vigiar será finalmente estarmos atentos para que não venhamos a ser escravos de ilusões e imperfeições, nos transformando em verdadeiros espíritas que vêem na existência terrena uma oportunidade gloriosa de aprender, amar, ajudar e servir sempre, em nome de Jesus, em favor de nossa própria felicidade espiritual. 
A vigilância constante como nos foi ensinada por Jesus é condição indispensável para conseguirmos a vitória sobre nós mesmos, facilitando o nosso reencontro com a verdadeira vida.
Muitas vezes, descuidados da vigilância nos entregamos ao comodismo, compartilhando a experiência daqueles que ainda se comprazem na ilusão das glórias e facilidade terrenas, acarretando para nós sérias conseqüências para o futuro.
Se vigiarmos nossos atos, evitaremos escandalizar os que nos seguem e confiam em nós. Selecionando palavras evitamos nossa identificação com o mal, pois, segundo os ensinos de Jesus, o que contamina o homem é o que lhe sai pela boca, por proceder do coração. Através do pensamento atraímos o bem ou o mal, pois nos ligamos às faixas vibratórias com eles condizentes.
Jesus, conhecendo a nossa fraqueza, nos adverte que oremos, mas que vigiemos também, a fim de não cairmos em novas tentações.
Orar quando? Onde? Orar a qualquer momento e em qualquer lugar, com palavras simples e sinceras. Lembrar que se estamos desenvolvendo a fé, a confiança em Deus e vigiando nossos pensamentos e atitudes, quando um problema surgir, nosso preparo espiritual (através do “vigiai e orai”) tornará a situação mais fácil de ser enfrentada.
A prece tem um grande valor em nossas vidas, e essa importância é de nos elevar, é nossa ligação mental com Deus. A prece verdadeira é uma comunhão com as Forças Superiores.
Ela não dever ser uma simples repetição de palavras decoradas, como se fossem uma fórmula mágica, as soluções para os seus problemas chegarão de forma automática. Não, a prece verdadeira não é isso! Utilizamos a prece para pedir e agradecer a Deus.
Feita assim, a prece, além de movimentar recursos dos Bons Espíritos em nosso favor, ou em favor de alguém por quem pedimos, alimenta-nos espiritualmente, fortalecendo-nos a resistência às investidas do mal.
Ela proporciona disposição para o enfrentamento de situações difíceis, a tranqüilidade necessária à aceitação de situações que não conseguimos modificar.
A prece não nos faz ficar livre de nossas faltas e imperfeições. Mas a prece tem o poder de renovar, de melhorar o nosso modo de ser, de agir.
Ela não remove os obstáculos que estão em nosso caminho, mas dá-nos forças para vencê-los, ao mesmo tempo em que nos vacina contra o mal em que podemos reincidir.  Além disso, a prece facilita a nossa aproximação com os benfeitores que nos amparam, auxiliando-nos na organização de novo roteiro para uma caminhada segura.
A prece tem uma ação muito positiva porque Revigora o Espírito, elevando-lhe o padrão vibratório, o tornado mais forte; Ajuda na aceitação das provas, propiciando compreensão e tranqüilidade;
Proporciona amparo ao semelhante; Age como elemento de equilíbrio, criando ambiente favorável à ação dos Bons Espíritos; Higieniza o ambiente e alimenta-nos espiritualmente, como pão do Espírito que é; Impregna o lugar onde é proferida de energias positivas, saudáveis, reconfortantes, calmantes, causando benefício geral.
A eficácia da prece está na dependência da renovação íntima de nós próprios, em que deve prevalecer a linguagem do amor, do perdão e da humildade para que ele possa assim, de coração liberto de sentimentos negativos, ligar-se a Deus.

TERCEIRO MOMENTO: 
a) DINÂMICA - DISCIPLINA E ORDEM

Dividir a turma em dois grupos, distribuindo a cada evangelizando um envelope onde estejam cartões com as letras isoladas das palavras DISCIPLINA E ORDEM.
1.      Pedir que organizem as letras procurando descobrir as palavras.
2.      Pedir que um elemento de cada grupo diga aos colegas a palavra descoberta.
3.      Orientar os grupos para que comentem as palavras descobertas, ou, falem o significado dessas palavras.
4.      Pedir que digam as conclusões dos grupos complementando-as quando necessário.

Escrever no quadro a seguinte frase:

"A ordem dos seus afazeres indica-lhe o grau de disciplina".
André Luiz- Do Livro: Espírito de Verdade - (Comentá-la com a colaboração da turma)

b) Explicação:  Orar e vigiar são importantes para nos proporcionar paz e forças nas lutas diárias, mas também há necessidade da ordem e da disciplina para alcançarmos a harmonia interior.

Mostrar figuras (separadamente) de locais desorganizados e locais organizados, como um quarto por exemplo. Refletir com as crianças sobre o que está se passando nas figuras. As reflexões devem levar a criança a perceber as escolhas que fazem com relação a hábitos, costumes e atitudes de cada um em casa, na escola e na sociedade em geral. Levar a criança a perceber através das gravuras, que tudo segue uma ordem e disciplina, começando na natureza; existentes nas leis que regem o Universo (o movimento da Terra, da lua, as estações do ano,...).

Trazer os conceitos de ordem e disciplina para a sociedade (perguntar a eles se existe ordem e disciplina na sociedade?).
Exemplos: o funcionamento dos ônibus (seu horário e trajeto), o funcionamento da escola (horários, limpeza, organização, professores preparados para cada disciplina, importância do intervalo), a rua e o bairro que moramos (limpeza e coleta de lixo, calçamento, esgoto encanado, água potável, energia elétrica).

A ordem e a disciplina facilitam nossas tarefas, evitam acidentes, aborrecimentos e fazem parte de nossos deveres.
- trazer o tema para os evangelizando: e para vocês, existe a disciplina e a ordem? Como?
- a ordem: acostumar a manter as próprias coisas em seu lugar, como roupa suja no cesto de lavar, brinquedos guardados após as brincadeiras, material da escola guardados depois da lição feita e estudada, toalha pendurada depois do banho,
- a disciplina: começar falando sobre o próprio ciclo do dia (24h) que nos indica o caminho a seguir e o volume de coisas a fazer, o mesmo horário de ir para a escola, ter um horário determinado para o estudo em casa (um pouco por dia), ter o horário para a diversão e as brincadeiras. E o nosso corpo, pede disciplina? Com certeza, pois temos os horários das refeições, do descanso, etc.
- e o papai e a mamãe têm disciplina?
- e qual o objetivo de ordem e disciplina para o homem e a sociedade? Progresso

É um desejo natural do homem, a evolução, que para ser atingida precisa que as duas palavrinhas andem juntas.

QUARTO MOMENTO:  Confecção do telefone DO AMOR.
Dizer aos evangelizando que não nos é possível realizar ligações normalmente com ele, que ele não faz ligações terrestres, com esse telefone só é possível realizar ligações com planos mais altos e seres de mundos mais elevados.
Material: cola lápis de cor, molde do telefone imprimido em papel A4 60 kg.
O evangelizador deverá ter trazido já o material para montagem do telefone preparado, ou seja, o molde já recortado.
Distribuir o material para o evangelizando propondo a montagem do seu próprio telefone.

QUINTO MOMENTO: Atividade – Quadrinhos para fixação do tema. 

PRECE FINAL

IMAGENS




TELEFONE DO AMOR




QUADRINHOS: A Prece






13 de outubro de 2013

Aula - Trabalhando a arte, vivenciando o Evangelho

Tema: Trabalhando a arte, vivenciando o Evangelho.

Objetivos: Realização de atividade dinâmica, movimento e ação. Atividade integrada, conduzindo a vivência do Evangelho e assim semeando com Jesus.

Referências – O Evangelho Segundo o Espiritismo: De acordo com o tema escolhido

TEMA: JESUS

PRIMEIRO MOMENTO: Aplicar a seguinte técnica de relaxamento e reflexão:

Pegadas na areia
"Uma noite eu tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia com Jesus, e através do céu, passavam cenas de minha vida. Para cada cena que se passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia; um era o meu e o outro era do Senhor. Quando a última cena de minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que, muitas vezes no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia. Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso aborreceu-me e, então, perguntei ao Senhor:
- Senhor, tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, tu andarias sempre comigo em todo o caminho. No entanto, notei que durante as maiores tribulações do meu viver havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo por que nas horas em que eu mais necessitava de ti, tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas de prova e de sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram meus pés. Foi exatamente aí que te carreguei nos braços!"
Material:
* Música suave de preferencial instrumental.
Como aplicar:
1)Coloque a música para tocar. Peça para as crianças que caminhem aleatoriamente pelo espaço.
2) Enquanto caminham, explique que estão dentro de um sonho. Cada um está andando na praia que você descreve, mas sem caracterizar muito o mar, o céu, a hora do dia.
3) Continue dizendo que, neste sonho, caminhamos ao lado de Deus. Narre a história como se cada um fosse o personagem.
4) Depois, o sonho acaba e vamos acordando. Todos podem bocejar e se espreguiçar, com o se tivessem acabado de acordar.
5) Diálogo: como cada um imagina Jesus? Como era a praia? Era dia ou noite?
6) Pergunte sobre a mensagem do texto: qual foi o significado, para cada um?
7) No diálogo explica que essa narração é para compreenderem que Jesus está sempre conosco protegendo e é nosso melhor amigo, que Ele nunca desampara, mas é preciso que o busquemos em prece, bons pensamentos, boas ações, com fé e esperança.

SEGUNDO MOMENTO: Hora de brincar trabalhando a arte

RECURSO DIDÁTICO - LIVRO EM E.V.A

Esta é uma das técnicas que pode ser utilizada para contar uma história. A história que utilizei para o tema do nosso momento arte foi: HANAH A menina que encontrou Jesus.

Material:
· folhas de E.V.A;
· cola para E.V.A;
· recortes de E.V.A diversos (flor, arvore, sol, lua, estrelas, animais, etc.)
· Texto e ilustrações da história.

Confecção:
1. Recortar o E.V.A 18 cm X 14 cm;
2. Colar na capa formando a paisagem desejada com os recortes de E.V.A;

3. Colar as ilustrações, o texto da história em ordem no formato de um livro na parte interior; 
4. contar a história, mostrando as gravuras uma a uma.








HISTÓRIA
 
HANAH
A menina que encontrou Jesus

Texto: Fátima Moura – edições CELD


Naqueles dias em Jerusalém, fazia muito calor. A multidão se acotovelava na feira. Os vendedores, com vozes desafinadas, anunciavam as suas mercadorias, fazendo de tudo aquilo, um circo muito barulhento.
Hanah, uma linda menininha de tranças negras como a noite, se dirigia ao mercado. Tirza, sua mãe, havia lhe pedido que fizesse compras na cidade.
As duas moravam num sítio que ficava bastante afastado de Jerusalém e sempre que precisavam de mantimentos, tinham que andar muitas horas até a feira mais próxima.
A menininha já estava acostumada a todo aquele movimento, mesmo  que para isso, tivesse que caminhar bastante, machucando muitas vezes os pezinhos pequeninos, com as alpercatas de couro cru que a mamãe Tirza costurava.
- Se tiver que ir sempre a cidade, mamãe, logo vou precisar de sandálias novas, dizia Hanah à Tirza, que sorria da ingenuidade da filha.



Mas, cada vez que a menina ia ao mercado, seu coração Zinho se acelerava, seus olhinhos ficavam cheios de admiração por todas aquelas tendas desbotadas, mas multicoloridas, que ficavam expostas ao sol e pelas frutas frescas e apetitosas, que até davam vontade de morder... Tudo isso era fascinante! Afinal, para uma criança que vivia nas cercanias da cidade, afastada de tudo, aquele era um grande espetáculo.

Hanah andava por entre as barracas, escolhendo o que precisava, quando um homem moreno de grandes bigodes enrolados, pôs-se a gritar:
- Olhem, é o Messias de Nazaré. Vão crucificá-lO, vão crucificá-lO!
- O Messias? Tem certeza disso, meu amigo? Retrucou um barrequeiro de olhos vivos, que vendia maças frescas e vermelhinhas.
- Sim; olhem lá a multidão. Já o estão levando...
- E para onde O estão levando? Perguntou Hanah curiosa...
- Olhe menina, estão levando-O até o Gólgota, lugar onde Ele irá perder o seu reinado.. E deu uma gargalhada tão horrível, que estremeceu o ar.
Hanah ficou com muito medo. Não era justo que zombasse assim daquele homem. Tirza já havia lhe falado de Jesus algumas vezes e ela sabia que Ele era um homem bom.


De repente, as pessoas que estavam na feira, começaram a seguir o cortejo e Hanah com passos incertos, juntou-se a multidão. Precisava saber que fim teria tudo aquilo.
Quando chegaram ao lugar, a menina conseguiu acomodar-se aos tropeções, entre um homem grande e ruivo e um velhinho de barbas brancas.
Tudo era muito estranho, mas ela esperou. Afinal, achou que gostaria de conhecer de perto, aquele homem de quem tanto falavam.
A multidão gritava. Uns, O chamamento de traidor, de falso Rei, enquanto outros O chamavam de “Meu Mestre”.
Tirza já lhe havia contado certa vez, que Ele fazia muitas curas. Quando falava, sua voz era doce como o mel. Quando contava histórias, seus olhos transmitiam as mais puras impressões.
Que poder teria aquele homem?
Que mistério existia para que Ele fosse ao mesmo tempo, tão amado e tão odiado?
Ela ainda estava pensando nisso, quando o Mestre surgiu, escoltado por muitos guardas.
Hanah se inquietou. Aquela figura não era exatamente a que ela esperava encontrar. Se o chamavam de Rei, porque Ele não estava vestido com belas roupas, com uma vistosa armadura como a dos soldados que o Empurravam contra a multidão? Não. O que ela viu, foi um homem simples, com uma túnica rasgada, que mal lhe cobria o corpo.


A menina ficou observando. O homem parecia muito triste; tão triste, que por um momento, teve a impressão de que chorava em silêncio.
Tentou com alguns empurrões chegar mais perto e quando conseguiu, pôde olhar fixamente para Ele. Ah! Sentiu um aperto tão grande no seu coraçãozinho infantil. Coitadinho de Jesus! Sozinho e humilhado na frente de todos.
Hanah não compreendia; não podia compreender. Olhou novamente aquele rosto e sentiu uma grande emoção. Jesus tinha um olhar tão piedoso... Era como se estivesse perdoando a todos aqueles que O condenavam injuriosamente.
Não conseguia desviar o olhar. Era uma figura simples e tinha uma expressão de paz.
Era um homem muito bonito. Bem, Hanah acou que era, apesar Dele estar bastante maltratado e quietinho. Fixou o olhar e teve a impressão de que de sua cabeça, saíam faíscas de luz.
Agora compreendia muito bem. Estava bastante assustada, mas sabia que tudo já estava decidido.
Os soldados deram gargalhadas. Depois, rasgaram suas roupas, colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça e O pregaram na cruz, enquanto gritavam:
- Vejam, este é o Rei dos Judeus! O que é que vocês acham disso?
Hananh ficou muito triste. Quis evitar as lágrimas, mas não conseguiu. Ninguém ligou pra ela e para o seu sofrimento. Foi aí que lembrou que precisava ir embora. Tirza já devia estar preocupada.


Começou a caminhar bem devagar. Ainda não conseguia acreditar. Ela ouvira dizer, que Jesus tinha muitos seguidores. Onde estavam? Onde estavam às pessoas que Ele havia curado? Ninguém se importou com Ele. Será que as pessoas grandes seriam capazes de compreender porque faziam aquilo com aquele homem? Então, era crime amar? Ouvira dizer também que Ele era muito carinhoso com as crianças. Que pena que ela não O tivesse conhecido num momento diferente daquele...
Hanah continuou se afastando; só que agora mais depressa. Queria sair correndo dali, fugir daquele lugar tão triste, que a sua cabecinha de criança se recusava a aceitar. Tirza havia lhe ensinado que o amor poderia despertar mais amor; que a verdade seria sempre reconhecida e respeitada em qualquer lugar. Então, por quê?


Apressou mais o passo. A única coisa que queria naquele momento era chegar logo em casa e atirar-se nos braços da mamãe Tirza, par que ela pudesse consolá-la.
As lágrimas caíam descontroladas. Os pés doíam. Sentia-se tão triste e tão cansada...
Por isso, achou que estava ficando doente, quando uma bonita luz formou-se a sua frente:
- O que é isso? Pensou com muito medo. O que será que está acontecendo?
- Hanan, por que choras? Perguntou uma voz suave.
A menininha ficou espantada. A sua frente, estava uma figura luminosa, que lhe sorria bondosamente.
- Como é possível? Eu nem posso acredita. Então, Ele sabe; sabe que todas as minhas lágrimas são por Ele?
- Hanah, vai em paz, respondeu a voz. Amo-te e te abençoo. Não quero as suas lágrimas; quero o seu amor.



Hanah soube então, que não devia ficar mais triste. De um momento para o outro, os seus sentimentos haviam se modificado. O que ela sentia era a mais pura alegria. Agora ela conhecia o valor daquelas palavras.
A menina correu mais. Os pés doíam, mas ela precisava chegar logo. Precisava contar a Tirza, o que havia acontecido.
Abriu a porta e jogo-se nos braços da mãe:
- Mamãe, mamãe, eu encontrei Jesus, agora sei que Ele vive...
- Sim, minha filha, respondeu Tirza emocionada. Jesus vive e viverá para sempre em nossos corações.

Ilustração: Simone Anastácio
* Obs.: As gravuras são desenhos meus para ilustrar essa história.

Encerramento com a prece final