PLANO DE
AULA
Parábola
do Amigo Importuno
Objetivo:
definir a verdadeira amizade, compreender que nosso Pai Celeste é incomparavelmente
mais solícitos para com Suas criaturas do que o melhor dos amigos da Terra, e que
O busquemos através da prece intercessória, da fé, persistência e trabalho, ou seja,
fazendo nossa parte.
Subtemas:
Amizade verdadeira; Prece, pedir com perseverança.
Bibliografia:
Lucas XI, 5-13; ESE cap. V Item 26; LE Q. 707; Pão Nosso, cap. 17;
Parábolas e Ensinos de Jesus, Cairbar Schutel, “Parábola do Amigo Importuno”.
PRIMEIRO MOMENTO: Texto evangélico
“Um dia Jesus estava rezando
num certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos lhe pediu: ‘Senhor nos
ensina a rezar...’ E Jesus em resposta ensinou-lhes a oração do Pai Nosso.’ Ao
terminar, a seguir, Ele acrescentou contando essa parábola (história):
”
Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo,
empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou de viagem, e não tenho nada
para oferecer’, e ele responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta já
está fechada e eu e meus filhos já estamos deitados; não posso me levantar para
te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar e não lhe der os pães por
ser seu amigo, ao menos se levantará por causa do incômodo e lhe dará quantos
necessitar.
E
eu vos digo: Pedi, e será vos dado; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-á.
Pois todo aquele que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, será lhe
aberto. Que pai dentre vós dará uma pedra a seu filho que pede um pão? Ou dará
uma cobra se ele pedir um peixe? Ou se pedir um ovo lhe dará um escorpião? Se, pois,
vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai
Celestial saberá dar um bom Espírito aos que pedirem!” - (Lucas XI, 5-13.)
Interpretação do texto evangélico
Esta parábola nos faz refletir
sobre o valor da amizade, do auxílio daqueles quem nos pedem ajuda, e da
importância da persistência e da prece.
Nós podemos não ser bons para com
um adversário, desafeto ou um desconhecido. Mas, quando se trata de um amigo,
mesmo essa amizade que o mundo conhece, frágil e volúvel, sem falar da amizade
verdadeira que é coisa rara nesta Terra de aparências, quando se trata de um
amigo ou de um conhecido que nos seja simpático, estamos prontos a servi-lo,
seja de dia, seja de noite, seja por ser amigo, seja para não sermos
importunados.
Mas, na verdade, Jesus ao contar
esta história aos discípulos, não dizia que devemos ser superficiais,
interesseiros, para não ficarmos mal vistos, ou nos ver “livres” daquele amigo,
ou ajudar por mera conveniência.
O amigo foi considerado
inconveniente buscando ajuda à meia-noite, a hora de dormir para resolver problema
de uma terceira pessoa. É uma situação em que, existindo laços de verdadeira
amizade, os incômodos serão ignorados e o amigo será prontamente atendido. Na
verdade, o momento mais propício para reconhecer uma amizade verdadeira é
quando passamos por dificuldades.
Jesus não perdia ocasião para
ensinar, e também essa parábola ensinava a perseverança em qualquer situação da
vida, ajudar mesmo diante das dificuldades, persistência na prece. E também,
soma-se o ensinamento maior de Jesus: amar o próximo, ajudando a todas pessoas independentemente
de serem nossos amigos, inimigos, ou desconhecidos.
Um fato que não pode passar
despercebido, na parábola, é a intercessão, ou seja, o ato de pedir, rogar por
alguém, intermediar a favor de alguém. O amigo perseverante foi em busca de
auxílio em benefício de um amigo por não possuir recursos próprios para
auxiliar, pedindo então a quem oferece condições para tal.
Interceder por um amigo é um dos
mais belos atos de fraternidade e constitui grande benefício quando sincero,
levando conforto e energia.
Quando Jesus fala em amigos, refere-se a irmãos sinceros e devotados.
Quando agimos na direção da luz, amando sempre, dentro dessas normas sublimes
de solidariedade sublime, poderemos contar com a dedicação e do socorro de
amigos fiéis.
Quantas vezes a Boa Nova registra a ação de Jesus em favor dos
sofredores e desvalidos por intercessão de terceiros. Recordemos, como
ilustração, a cura do paralítico de Cafarnaum ou do cego de Betsaida, que são
conduzidos à presença do Mestre pelo auxílio de terceiros. Sendo assim,
devemos, sempre, atender os amigos, de acordo com as nossas possibilidades.
Não negamos amparo ou assistência aos companheiros que precisam de
socorro. A questão da amizade real é da maior importância no texto. Estamos
ligados aos amigos pelos vínculos da simpatia.
O dom mais precioso que existe é a amizade. As paixões esfriam. As
ilusões de cargos, de posições e de poder se desintegram como em um breve
sonho. Da mesma forma, posses, dinheiro e bens desaparecem, assim como
surgiram. Tudo é passageiro na existência, menos a amizade. Se bem cultivada,
ela se perpetua, amplia e se fortalece ao longo do tempo.
Devemos atender as pessoas por
amizade ou solidariedade, jamais para nos ver livres delas. Esta é a atitude
cristã e espírita.
Todavia, devemos ter no coração, que se um amigo nos ofende, voluntária
ou involuntariamente, não devemos nos conduzir por melindres, pelas suscetibilidades
ou mágoas. Ele é um companheiro como nós, que possui imperfeições na alma, e é
passível de errar. E assim, em todas relações fraternas faz-se necessária a
presença da compreensão e da tolerância. Devemos relevar as ofensas, por
maiores que sejam.
Mas, há também mais um ensino claro e insofismável na parábola, se em
vez de apelarmos para um amigo, se o fizermos para o nosso Pai Divino? Maior
ainda será a certeza do atendimento.
Deus é infinitamente mais solícito para com Suas criaturas do que o
melhor dos amigos; assim, pois, qualquer que seja o grau de nossa imperfeição,
de nossa indigência moral, se nos dirigirmos a Ele em prece sincera, podemos
estar certíssimos de que o socorro da Providência não nos faltará.
Mas, é preciso entender que nem tudo que solicitarmos ao Pai Ele poderá
nos atender de imediato, pois Ele nos conhece mais do que nós mesmos, Ele
antevê nossas necessidades e conhece nossas fraquezas, e sabe o que é bom para
nós. Algo que hoje desejamos muito na Terra, pode ser motivo para nossa queda moral
ser maior. E isso não deve ser motivo de perdermos a fé em Deus. A persistência
na oração, o cumprimento correto dos deveres, a caridade, bondade, perdão para
com o semelhante, é um ato de fé de maturidade espiritual, que nos beneficiará
sempre. Sejamos persistentes no bem e na prece, na conversa diária com nosso
Pai Celestial.
SEGUNDO MOMENTO: DINÂMICA
– EVANGELHO “NAS COSTAS”
Objetivo: Podemos descobrir muito sobre nós
mesmos observando nossos irmãos. Verificar a importância de comunicarmos uns
com os outros.
Material: Pedaços de papel com passagens
evangélicas e fita adesiva
Idade Sugerida: A partir dos 10 anos.
Desenvolvimento:
Colocar as frase nas costas conforme a lista a seguir.
Depois de fixos os bilhetes, dizer aos participantes que deverão circular pela
sala e explicar a frase contida nos bilhetes das costas dos outros, sem dizer o que está escrito. Depois,
parar a brincadeira e, um por um, dirá o que acha que está escrito em seu
bilhete e porque chegou a esta conclusão. Caso não descubra, os outros
participantes darão dicas. Também pode ser aplicada usando apenas mímicas. Caso
o grupo precise, pode-se esticar um cordão e pregar nele as várias passagens,
sem os títulos, para ajudar as associações de ideias.
Sugestão dos Bilhetes:
Felizes os que são mansos (calmos, que não gostam de
violência, confusão, etc.)
Não faça ao próximo o que não deseja receber dele.
Bem-aventurados os pobres de espírito (pessoas humildes e
que sabem que não são melhores do que ninguém, que todos somos iguais perante
Deus.)
Bem-aventurados os que choram (sofrer sem reclamar, sem
incomodar os outros)
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça
(acreditar na justiça de Deus, em sua bondade e sabedoria)
Bem-aventurados os misericordiosos (compreender e perdoar
o irmão, esquecendo a ofensa)
Bem-aventurados os limpos de coração (não ter maldade,
desejar e agir para o bem de todos)
Bem-aventurados os pacificadores (procurar viver em paz, aquele
que acalma as pessoas em situações agressivas)
Ama ao seu próximo como a você mesmo.
O que não quiser para você, não deseje para o próximo.
Dever nosso é ser Caridosos (sempre estar pronto a ajudar
as pessoas que estão à nossa volta)
Queira bem a seus inimigos, faça o bem aos que façam o
mal.
Todo mal que você receber, faça o bem.
TERCEIRO MOMENTO:
ATIVIDADE 1: Fazer a leitura do texto: “A
amizade real”, de Neio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, e
estimulá-los a comentar a história, verificando o entendimento da turma.
ATIVIDADE 2: Distribuir atividade
escrita caça-palavras.
PRECE FINAL
ATIVIDADE 1 - TEXTO DE APOIO:
A Amizade Real
Um grande senhor que soubera amontoar sabedoria,
além da riqueza, auxiliava diversos amigos pobres, na manutenção do bom ânimo,
na luta pela vida.
Sentindo-se mais velho, chamou o filho à
cooperação. O rapaz deveria aprender com ele a distribuir gentilezas e bens.
Para começar, enviou-o à residência de um
companheiro de muitos anos, ao qual destinava trezentos cruzeiros mensais.
O jovem seguiu lhe as instruções.
Viajou seis quilômetros e encontrou a casa
indicada. Contrariando lhe a expectativa, porém, não encontrou um pardieiro em
ruínas. O domicílio, apesar de modesto, mostrava encanto e conforto. Flores
perfumavam o ambiente e alvo linho vestia os móveis com beleza e decência.
O beneficiário de seu pai cumprimentou-o, com
alegria efusiva, e, depois de inteligente palestra, mandou trazer o café num
serviço agradável e distinto. Apresentou-lhe familiares e amigos que se
envolviam, felizes, num halo enorme de saúde e contentamento.
Reparando a tranquilidade e a fartura, ali
reinantes, o portador regressou ao lar, sem entregar a dádiva.
— Para quê? — confabulava consigo mesmo — aquele
homem não era um pedinte. Não parecia guardar problemas que merecessem
compaixão e caridade. Certo, o genitor se enganara.
De volta, explicou ao velho pai,
particularizadamente, quanto vira, restituindo-lhe a importância de que fora
emissário.
O ancião, contudo, após ouvi-lo calmamente, retirou
mais dinheiro da bolsa, dobrou a quantia e considerou:
— Fizeste bem, tornando até aqui. Ignorava que o
nosso amigo estivesse sob mais amplos compromissos. Volta à residência dele e,
ao invés de trezentos, entrega-lhe seiscentos cruzeiros, mensalmente, em meu
nome, de ora em diante. A sua nova situação reclama recursos duplicados.
— Mas, meu pai — acentuou o moço —, não se trata de
pessoa em posição miserável. Ao que suponho, o lar dele possui tanto conforto,
quanto o nosso.
— Folgo bastante com a notícia — exclamou o velho.
E, imprimindo terna censura à voz conselheira,
acrescentou:
— Meu filho, se não é lícito dar remédio aos sãos e
esmolas aos que não precisam delas, semelhante regra não se aplica aos companheiros
que Deus nos confiou. Quem socorre o
amigo, apenas nos dias de extremo infortúnio, pode exercer a piedade que
humilha ao invés do amor que santifica. Quem espera o dia do sofrimento para prestar o
favor, muita vez não encontrará senão silêncio e morte, perdendo a melhor
oportunidade de ser útil. Não devemos
exigir que o irmão de jornada se converta em mendigo, a fim de parecermos
superiores a ele, em todas as circunstâncias. Tal atitude de nossa parte
representaria crueldade e dureza. Estendamos-lhe nossas mãos e façamo-lo subir
até nós, para que nosso concurso não seja orgulho vão. Toda gente no mundo pode consolar a miséria e
partilhar as aflições, mas raros aprendem a acentuar a alegria dos entes
amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e sem inveja no coração. O amigo
verdadeiro, porém, sabe fazer isto. Volta, pois, e atende ao meu conselho para
que nossa afeição constitua sementeira de amor para a eternidade. Nunca desejei
improvisar necessitados, em torno de nossa porta e, sim, criar companheiros
para sempre.
Foi então que o rapaz, envolvido na sabedoria
paterna, cumpriu quanto lhe fora determinado, compreendendo a sublime lição de
amizade real.
Fonte: “Alvorada Cristã “, Francisco C. Xavier / Neio
Lúcio
ATIVIDADE 2 - CAÇA - PALAVRAS