Como Lídia gosta de brincar! Para ela, o dia não foi feito para outra coisa. Sua mãe sempre a aconselhava a fazer algum servicinho em casa, mas qual! Quando chegava a fazer alguma tarefa em casa, era com tão má vontade que acabava mal feita.
Certa vez, passeando pelo campo, Lídia meditava:
- Para que trabalhar! É tão bom viver livremente pelo campo, sem a menor preocupação!...
Quando assim pensava, sentada na grama adormeceu e sonhou.
No sonho, viu um passarinho pousado sobre um galho de uma árvore. Aproximou-se dele e lhe disse:
- Que vida feliz é a sua: sempre voando e cantando, sem precisar trabalhar!
- Não diga uma coisa dessas, gentil menina! Não vê, naquela árvore, um ninho, onde vivem meus filhotinhos? Preciso alimentá-los e aquecê-los. Durante todo o dia ando à cata de bichinhos para eles. E voou ligeiro.
Lídia, meio desapontada, continuou seu passeio. Deparou com uma abelhinha.
Perguntou-lhe:
- Abelhinha, você não precisa trabalhar, não é? Vive sempre a voar, deleitando-se com perfume e o colorido das flores.
- Oh! Menininha. Vivo sempre a voar entre as flores, mas é para recolher o néctar, com o qual preparamos o mel saboroso. Vivo, mesmo, só para o trabalho, e nele encontro minha alegria.
Essa resposta inesperada deixou Lídia pensativa.
Acabou sentando-se à sombra de uma arvorezinha. Com o olhar fixo no chão, deu com uma formiguinha que carregava pesado fardo para o formigueiro. Exclamou:
- Tão pequenina e carregando tão grande peso! Largue esse fardo e venha brincar comigo.
- Sei que a carga é pesada, mas não posso aceitar seu convite. Sinto-me feliz por ter encontrado alguma coisa para o nosso celeiro.
Assim dizendo, a formiguinha seguiu cambaleando, em demanda do formigueiro.
Voltou-se Lídia então, para a arvorezinha que a acolhera em sua sombra:- Você trabalha também?
- Como não, minha pequena?! Trabalho dia e noite, para formar minhas folhas, minhas flores e meus frutos. Cada uma de minhas partes tem sua tarefa.
- De hoje em diante quero tarefas para ajudá-la mãezinha!
- Não quero ter mais uma vida insignificante e inútil.
Quero trabalhar como os passarinhos, as abelhas e as formiguinhas, ou mesmo as plantinhas!
FIM
*Tema sugerido da história: Lei do trabalho
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